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A ILHA MISTERIOSA - Minibook 1

Atualizado: 5 de jun. de 2024


Sinopse: Depois de sequestrar um balão de um campo confederado, um grupo de cinco abolicionistas americanos cai das nuvens em uma ilha vulcânica desconhecida no oceano Pacífico. Agora, precisam lutar pela própria sobrevivência.
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PRIMEIRA PARTE

OS NÁUFRAGOS DO AR


CAPÍTULO I


- Estamos a subir?

- Não, não, pelo contrário. Descemos!

- Pior que isso, Senhor Cyrus! Estamos a cair!

- Deus nos acuda! Atirem mais lastro pela borda fora!

- Lá vai o último saco!

- E agora? O balão sobe?

- Nada!

- Estou a ouvir o bater das ondas...

- Temos o mar aqui mesmo debaixo da barquinha!

- Nem deve estar a duzentos metros!


Um comando soou, gritado em voz possante:


- Tudo o que pesar deita-se fora! Tudo! E seja o que Deus quiser!


Foram estas as palavras que atroaram os ares e ribombaram sobre o vasto deserto

do oceano Pacífico, cerca das quatro horas da tarde do dia 23 de Março de 1865. Com

efeito, um balão estava a ser arrastado por uma tromba a quase cento e setenta

quilômetros à hora, qual frágil bola de sabão, girando ao mesmo tempo sobre si mesmo,

como que apanhado por um redemoinho de ar. Presa ao balão, oscilava uma barquinha

levando a bordo cinco passageiros. Estes mal se distinguiam, envoltos na cortina de

vapores espessos e água pulverizada que arrastava a extremidade pela superfície do

mar.


Donde viria aquele aeróstato, autêntico joguete da terrível tempestade? Em que

parte do mundo teria levantado vôo?

Certamente não teria partido durante o furacão... Ora este já durava há cinco dias.

Sendo assim, e fazendo contas a pelo menos três mil quilômetros por dia, era de crer que

o balão vinha de muito longe. Em todo o caso, os passageiros não podiam saber onde se

encontravam, rodeados apenas pelo denso nevoeiro e sem quaisquer pontos de

referência... Nem, tão pouco, saberiam dizer se era noite ou dia.


Entretanto, o balão, aliviado da carga mais pesada - armas, munições e

mantimentos -, voltara a subir a uma altitude superior a mil metros. A noite chegou e

passou-se em mil e uma inquietações, que poderiam ser mortais, não fossem os

passageiros pessoas tão corajosas.


Outro dia nasceu, o dia 24 de Março, e com a aurora o furacão deu mostras de

acalmar. As nuvens subiram e, algumas horas depois, a tromba adelgaçou e acabou por

rebentar. Pelas onze horas, a atmosfera limpou e o furacão, extinto com o rebentamento

da tromba, parecia ter-se transformado em ondas elétricas, como sucede às vezes com

os tufões do oceano Índico.

Foi então que o balão voltou a descer lentamente até às camadas inferiores da

atmosfera, parecendo mesmo que se esvaziava e que passava da forma esférica à

ovóide! Ao meio-dia, o balão planava apenas a uns seiscentos metros acima do nível das

águas. Os passageiros trataram de deitar ao mar as últimas coisas que ainda podiam

fazer peso na barquinha, alguns víveres e até pequenos utensílios que tinham nos bolsos.


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